Shelley concedeu recentemente uma entrevista ao site The Muse falando sobre Unfriended e por ser reconhecida atualmente por seus filmes de terror. Confira a tradução completa da entrevista:
Se tem uma coisa que se torna imediatamente clara durante a nossa breve conversa com a atriz de ‘Unfriended’, Shelley Hennig, é que eu estou conversando com uma atriz que já fez de tudo pelo menos uma vez na vida. Talvez, seja por isso que ela é tão próxima do gênero de terror em que o filme é feito num take de 80 minutos visto da tela de um notebook. Talvez, seja por isso que ela é totalmente do gênero de filme de terror em geral.
Hennig começou no filme de 2014, Ouija, e é regular na série da MTV, Teen Wolf. Ela é uma estrela que graças aos papéis incríveis e sobrenaturais, está brilhando no momento.
Jezebel: Você fez muitos filmes de terror até agora (Unfriended, Ouija). Você relaciona eles ao termo “Scream Queen” [Rainha do Terror]?
Shelley Hennig: Não exatamente. Eu acho que tudo é terror hoje em dia, até mesmo as séries sobrenaturais, incluindo Teen Wolf. Tudo o que eu faço tem uma pontada de terror. É muito amplo e não acho que eu seja uma coisa especial do gênero, mas me dissera que eu tenho uma ótima cara de choro que as pessoas começaram a comparar com a cara de choro da Kim Kardashian.
É um elogio e tanto. Ela é mestre nisso.
Eu não consigo superá-la! Eu estou ansiosa para fazer outras coisas, mas terror tem sido muito bom para mim. Acho que eu entendo e estou muito disposta fazer. Acho que como um ator, fazer com que seja real e bem sólido é um desafio muito grande quando se está fazendo histórias de terror, mas é uma coisa que é muito importante para mim. Fazer parecer real e sólido.
Até mesmo com Ouija. Era um tabuleiro de ouija. Todo mundo te uma história com um tabuleiro de ouija! Todo mundo ou quase todo mundo pode relacionar experiências loucas, que alguns de nós tivemos. Talvez eu faça tanto terror que eu nem pense nisso.
Sim e com Unfriended, eu tenho certeza que as pessoas podem relacionar á aspectos tecnológicos.
[Neste momento da entrevista, nossa ligação cai. Shelley me ligou de novo um pouco depois.]
Muito apropriado!
Nossos celulares estão sendo perseguidos por um fantasma adolescente!
Laura Barns!
Voltando ao que estávamos falando antes, eu acho que um filme como Unfriended é mais relacionado por conta do alto assédio e bullying online.
Totalmente! E o que é tão legal sobre o filme é que ele é totalmente no desktop de uma garota—minha personagem Blaire— você na verdade está aprendendo muito sobre o passado dela baseado em como muda o rumo dela. Ela vai digitar, apagar e digitar de novo. Você aprende muito sobre hábitos de navegação, hábitos que no fim acabam de dizendo muito sobre a personagem e nós podemos relaciona-la com alguma coisa. É engraçado por que eu assisti ao filme com uma platéia ao vivo e é incrível como muitas pessoas relacionamento os elementos do filme. Os criadores do filme não deixaram limitações para fazer um filme num desktop. Eles usaram a seu favor. As falhas da tecnologia moderna é o que cria o suspense. E então a coisa toda do bullying, é claro. Apesar do filme não é uma lição de como parar o bullying, ele deixa algumas ideias sobre o problema e novamente, todas essas coisas, tornam o filme surpreendentemente relativo. O que é muito importante para mim e para os criadores do filme.
Agora eu estou imaginando escolas passando o filme como uma lição contra o bullying.
Não acho que é isso que o [diretor] Timur Bekmambetov queria que o filme fosse. Ele veio com a ideia porque ele passou sua vida toda no Skype. Ele vai dirigir um filme na Russia e usar o Skype para falar com a produção numa reunião em Los Angeles.
Eu quero perguntar sobre uma coisa que você disse antes de mudarmos de assunto. Parece que entre isso e Teen Wolf, você interpretou muitos adolescentes, o que é provavelmente muito divertido, mas—nós temos a mesma idade. 28, certo?
Eu estou aberta á fazer qualquer tipo diferente de filme. Fiz um filme chamado Scout que está para sair e é sobre idades. Tem Danny Glover, Ellen Burstyn e Nikki Reed e vários ótimos atores. Eu assisti. Eu tenho um papel pequeno nele, mas foi muito divertido de fazer e muito luminoso, eu quero papeis obscuros.
Basicamente, eu com essa idade me sinto meio que se alguém tem uma ótima ideia ou um roteiro inovador, eu não tenho nenhuma limitação em mente. Especialmente depois de fazer filmes como Unfriended em que eu literalmente estava atuando por um portal e olhando para mim mesma nas lentes—não estava vendo nem tocando as pessoas. Para ainda ser capaz de transmitir minhas emoções, eu fiquei chocada. As pessoas continuam perguntando “Como você fez isso? Como você aquilo?” Eu não faço a menor ideia, eu apenas fiz. Eu apenas fiz com que desse certo. Eu tenho orgulho de mim mesma por ser atriz e eu acho que vem muito dos meus dias de soap opera [novelas americanas]em que eu tinha apenas um take e se alguém errase a fala, eu teria que repetir como uma pergunta para que pudéssemos continuar, então tem esse lado meu que quando falam “ação” eu vou fazer dar certo. Eu sou muito— sinto que me tornei uma garota que sempre diz “Sim”, como se você me pedisse para fazer alguma coisa eu vou fazer dar certo sim. Eu acho isso fascinante e eu amo esse desafio, então estou procurando por mais desafios.
Eu amo todos os projetos que eu já fiz pelo desafio de cada um de seu jeito único, estou muito ansiosa pelo processo de continuar crescendo e ficando orgulhosa do trabalho que faço e dos projetos. Todo mundo é Teen Wolf é incrível, todo mundo que trabalhou em Unfriended é incrível. A colaboração é o que faz essas coisas “assistiveis”. Apenas estou muito ansiosa para ter mais oportunidades.
Você disse que foi um desafio fazer Unfriended. Pode ser mais especifica sobre isso?
Para as audições nós entramos no Skype em um quarto com outro ator em outro quarto diferente enquanto os diretores assistiam nos computadores. Foi essencial pensar em outas coisas e foi amor a primeira vista, até mesmo no processo de audições, fazer algo único que nunca tinha sido feito antes. Eu sabia que esse projeto seria algo diferente e isso me pegou de uma maneira que eu saberia que faria parte.
O processo continuou bem similar, nós ensaiamos na vida real, atores sentados perto um do outro em um quarto, mas então no primeiro dia no set nós estávamos sozinhos em nossos quartos em uma única casa. Cada ator tinha um quarto todo decorado para seu personagem. Criaram a tecnologia para filmarmos em tempo real, tínhamos nossos notebooks e GoPros e mais milhões de fios saindo dos notebooks. Tínhamos os produtores num ponto de ouvido nos direcionando em tempo real e mandando mensagens nos computadores sem aviso. Eles mandavam mensagens e nós respondíamos.
Foi diferente, mas ao mesmo tempo liberador. Tudo parecia orgânico e real, foi quase improviso. Nelson escreveu uma história incrível que nos permitiu mentalizar bem para não dizer a mesma coisa duas vezes. Enquanto eu assistia o filme eu nem me lembrava do que eu tinha dito por ter dito apenas uma vez.
O maior desafio foi começar e parar nessas partes emocionais, então em um dia durante o almoço eu levantei a minha mão como nos tempos de escola e perguntei ao Nelson [co-diretor] e ao Leo se nós poderíamos fazer o filme inteiro em apenas um take e os olhos dos dois começaram a brilhar. Meus colegas de elenco me olharam como se eles fossem me matar. Eu fiquei tipo “Eu sinto muito, me deixem explicar!”, eu disse “Vocês não acham que seria um pouco mais fácil se começássemos e não tivermos que parar e ajudaria nas partes emotivas?” Consegui o interesse deles e todo mundo concordou em fazer.
Foi a coisa mais satisfatória da minha carreira. Meus colegas de elenco foram incríveis, todos estavam focados e no caminho certo, nós tínhamos Nelson falando conosco pelo ponto lembrando de revisar certas coisas importantes, mas foi inacreditável! Nós literalmente fizemos um filme inteiro em um único take, de acordo com os produtores do filme, esse único take é praticamente o filme todo.
Isso é loucura.
Sim, foi muito louco. Não sei como nós fizemos isso.
Tradução e adaptação: Equipe Shelley Hennig Brasil
Fonte: The Muse